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Relato de uma tragédia anunciada.

Parafraseando meu amigo Roberto Herrera Peres, "a sensação é de que voltei de uma guerra. Uma guerra socioambiental".

Exaustão, esse foi o sentimento quando me encontrei com o Corpo de Bombeiros Militares de Minas Gerais praticamente todo no chão entregue ao extremo cansaço em um "abrigo" improvisado que mais lembrava escombros de um bombardeio do que uma pequena casa de sítio às margens de um rio.

Ao me aproximar escutei, "cuidado com os marinbondos". Inúmeros são os casos de bombeiros atacados por enxames, e eles ali... Qualquer um teria matado, ou simplesmente afastado tal perigo, mas eles não. Em meio a todo caos e toda a lama, a missão continua sendo a valorização da vida.

Difícil descrever o sentimento de impotência diante ao tamanho estrago. O clima é de um grande velório. O olfato, o bastão e a garra são as únicas armas que lhes restam nessa luta em meio ao imenso mar de lama. Um esforço sobre humano quase em vão, mas de uma importância imensurável à aqueles que sofreram e sofrem com suas perdas.

Heróis.

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